BANDIDOS ARMADOS LEVAM BICICLETAS E ARRISCAM A VIDA DOS CICLISTAS

Ciclistas são novo alvo de assaltantes

Só neste domingo, dia 28, foram três tentativas de latrocínio, que é roubo seguido de morte. Um ciclista não morreu baleado graças à mochila que usava.

A ousadia dos assaltantes foi logo cedo. Aconteceu por volta das 8h30 desse domingo, dia 28, na avenida na QNN 23, em Ceilândia Norte. Os dois atletas iam de bicicleta para Águas Lindas (GO). Eles treinavam para uma competição em julho, quando foram surpreendidos no caminho por dois homens armados.

“Apareceram dois elementos. Um dos bandidos entrou na frente da bicicleta dele. Eu estava do lado esquerdo, mais longe, uns 50 metros na frente. O homem já sacou a arma, mandou ele parar e ele parou. Eu estava mais rápido do que ele, eu continuei pedalando. Quando ele atirou, eu estava uns 80 metros na frente”, conta um dos ciclistas.

A mochila amorteceu o impacto da bala, que ficou alojada no ombro do atleta. Os dois assaltantes foram presos à tarde, perto do local do crime. Eles vão responder por tentativa de latrocínio, roubo seguido de morte, e podem pegar até 30 anos de cadeia. O homem que atirou já tinha passagem pela polícia por roubo.

“O objetivo deles era, realmente, tomar as bicicletas, porque as bicicletas tinham um certo valor. Geralmente, pegam esses bens para trocar por droga ou pagar dividas”, explica o delegado Severo Benício dos Santos.

Na região de Santa Maria, o domingo também foi violento para os ciclistas. Em um ponto da BR-040, um assaltante disparou contra dois policiais militares, que iam de bicicleta para o trabalho. Um dos policiais, que foi atingido de raspão no pé, revidou os tiros e atingiu o assaltante no peito.

Só este ano, a Delegacia de Santa Maria registrou 40 ocorrências de roubo ou furto de bicicletas. Em muitos casos, as bicicletas servem como um meio de fuga dos marginais. “A gente até recomenda não reagir quando for vítima de roubo. Tem que vir para a delegacia, fazer boletim de ocorrência e descrever as características exatas da bicicleta para que, se ocorrer uma apreensão, a gente possa correr atrás e identificar os autores do crime”, recomenda o delegado Paulo Francisco.

O assaltante atingido vai responder por tentativa de latrocínio. Ele foi socorrido no Hospital de Santa Maria e não corre risco de morte.

O presidente da ONG Rodas da Paz, Ronaldo Martins, fala sobre o aumento do número de latrocínios a ciclistas. “Nós estimulamos, com campanhas e passeios, o uso da bicicleta. Quatro mil casos de roubo a ciclistas foram registrados nos últimos cinco anos, mas poucos foram resolvidos. Então, nós vivemos uma estatística muito triste, de um incidente que é comum e que está aumentado”, fala Ronaldo Martins.

Ele explica o que tem sido feito para tentar melhorar a segurança dos ciclistas. “Falamos com o poder público, oferecemos estatísticas, fazemos solicitação de infraestrutura de ciclovias e segurança, mas, infelizmente, não recebemos isso de volta. E é uma pena que na capital do Brasil, que está fazendo agora 50 anos, esteja cada vez mais aumentando a quantidade de incidentes, como assalto e até a morte de ciclistas nas nossas vias”, destaca o presidente da ONG Rodas da Paz.

“Nós temos aproximadamente 400 mil pessoas usuárias de bicicletas em Brasília. São 42 grupos de ciclistas, entre eles estão os ciclistas de esporte e lazer. Mas a maioria é ciclista trabalhador, e essa pessoa normalmente não procura a polícia, não faz o registro. Muitas vezes pelo fato da bicicleta não ser tão cara, isso também estimula a pessoa a não procurar a polícia. Mas, nós recomendamos que faça o registro e jamais reaja no assalto”, diz o presidente da ONG Ronaldo Martins.

Bernardo Menezes / Josenir Melo

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Notícia enviada pelo Felipe via email.

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