REALIDADE DO CICLISMO CANDANGO

Matéria veiculada em um periódico local, leiam com muita atenção.


Campeonato candango de resistência conta com apenas 18 participantes. Atletas atribuem esvaziamento à redução da idade mínima para o master.

Não aconteceu nada como o planejado: nem apareceram os 80 ciclistas esperados pela organização, nem as provas começaram no horário. Não bastasse o Campeonato Brasiliense de Ciclismo de Resistência ter tido apenas uma etapa este ano, ela foi bastante confusa. A largada das categorias master C e sub-30 estava programada para as 8h, enquanto os atletas da elite e do sub-23 partiriam às 9h15. Mas não foi o que ocorreu. O início das provas foi adiado para as 10h, e as três categorias correram juntas (a sub-23 não teve representante).

A organização alegou que postergou a largada para que mais ciclistas chegassem, por causa do horário de verão. Mas o fato é que apenas 18 atletas disputaram o campeonato — 14 da elite, dois da master C (acima de 50 anos) e dois da sub-30.

O número reduzido de competidores, entretanto, não assustou os principais ciclistas do DF. “Isso não é de agora. Tem uns dois anos”, explica Alex Vilar, bicampeão candango. Ele diz que, com a redução da idade mínima para participar da master de 40 para 30 anos, muitos migraram da elite para a categoria de veteranos, onde poderiam conseguir melhores resultados.

Sidney Junior comemora o título da elite, mesmo com a pequena concorrência enfrentada - (Adauto Cruz/CB/D.A Press)

Sidney Junior comemora o título da elite, mesmo com a pequena concorrência enfrentada

De acordo com ele, o campeonato não foi deixado de lado, mas esses poucos são os ciclistas de elite que Brasília tem hoje. “Tivemos uns 20 atletas que saíram para a master com 29 anos ano passado”, argumenta. “Brasília está precisando renovar a elite”, defende Alex. Aos 34 anos, ele se recusa a seguir o mesmo caminho. “Eu não pretendo sair da elite”, enfatiza. O campeão brasiliense de 2009, Sidney Junior, concorda. “O ciclismo da elite aqui em Brasília está envelhecendo”, reconhece ele, que tem 29 anos.

Os números colaboram para a teoria dos dois: o atleta mais novo na pista ontem era Henrique Siqueira, de 25 anos. E o mais grave: ele não é ciclista. Terceiro colocado na prova, Henrique usou o campeonato candango apenas para treinar: ele é triatleta. “O ciclismo me ajuda bastante”, ressalta, admitindo que a modalidade sobre duas rodas não é seu foco.

Vagas garantidas

Alex Vilar e Sidney Junior já garantiram suas vagas na seleção do DF que participará da Copa da República, em dezembro. Alex se assegurou por ser o melhor candango no ranking nacional (72º). Junior, por vencer o Campeonato Brasiliense, ontem. Os outros quatro integrantes serão decididos pela junção do ranking brasileiro e dos resultados de ontem com os dos 100km de Brasília, que será no próximo dia 15.

A prova

As duas horas e meia de corrida foram razoavelmente tranquilas. O sol ajudou os competidores, se escondendo durante quase toda a prova. Com o clima ameno, o desgaste seria menor. Mas o ritmo foi puxado: os ciclistas candangos gastaram, em média, 2min30s para completar cada volta, com 3km. “Foi muito duro. A prova acabou sendo bem seletiva”, analisou o campeão, Sidney Junior.

Para Junior, os últimos 10 minutos foram os mais complicados. Isso porque, no pelotão da frente, que fez a fuga logo no início da prova, apenas ele e Alex Vilar se revezavam em fuga — liderando. Henrique Siqueira, terceiro colocado, discorda. De acordo com o triatleta, nos últimos minutos ele tentou fugir durante várias vezes, pois sabia que seu sprint final não é forte. Mas todas as vezes foi seguido de perto pelos outros três competidores.

Dos quatro do primeiro pelotão — Sidney, Henrique, Ales e Fábio Paulino —, só Alex não disputou a vitória na última volta. Isso porque seu pneu furou a pouco mais de um quilômetro do fim. Sem Alex na disputa, Sidney conseguiu abrir bem no sprint final, um de seus pontos fortes, e venceu.




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